Muirgen (Gaia), e sua irmãs, vivem com seu pai, o Rei dos Mares, no fundo do mar. Lá, uma boa sereia, é uma sereia linda e que obedece. Mas isso não é o bastante para ela, que ainda guarda mágoa pelo abandono da mãe, e quer tanto descobrir o que há na superfície. Já prometida a um guerreiro do reino, ao completar 15 anos, Muirgen, tem a oportunidade de conhecer o que há lá fora, e é aí que se depara com, Oliver, uma belo rapaz que chama sua atenção de formas que ela nunca imaginou. Ao salvar, Oliver, de um desastre, ela se vê tentada a reencontrá-lo, e para isso pagará um preço muito alto, mas que no fim das contas pode mudar seu destino para sempre.

“Eu queria que alguém me perguntasse o que eu quero, ao menos uma vez na vida. Tem tantas coisas que eu queria, e sei que nenhuma delas é possível para garotas como eu.”

Pequena Sereia e O Reino Das Ilusões

Louise O’Neill

Este não é um conto da Disney. A autora construiu uma estória cheia de significados e poder.

O reino das ilusões nada mais é do que isso, uma ilusão. Lá, temos o autoritário Rei dos Mares, que trata suas filhas como simples objetos, onde a mais bonita tem o direito de estar ao seu lado no trono. Neste mundo, as mulheres não devem ter voz, a não ser para cantar como nossa pequena sereia, Muirgen (Gaia). Nossa protagonista sofre abuso mental e físico, e nos mostra que nem tudo é um conto de fadas, onde a mulher é um simples troféu, e os padrões de beleza ditam sua posição.

Ao conhecer a superfície, Muirgen encontra um novo mundo, mas nem todas as coisas são diferentes do que conheceu em sua vida no fundo do mar, mas ela aprende a importância de se ter voz, principalmente para defender aquilo que acredita.

O modo como ela descreve as novas experiências no novo mundo é fascinante, mostra cada detalhe de forma singular.
Pela primeira vez, quis ser a bruxa nesta história, uma mulher tão segura de si e que se ama da forma que é, sem se importar com o que os outros pensam.

Finalizo dizendo que me surpreendi com este livro, e a forma como ele mostra o que é real, e a luta que nós mulheres devemos batalhar todos os dias, porque nós temos voz e precisamos aprender a usá-las!

Meu. Nome. É. Gaia!

“Ser genuína é a coisa mais importante que qualquer mulher pode fazer.”

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